(Gn 2.15)
[...] O Criador foi pródigo com o Brasil. Concedeu-lhe uma
diversidade de biomas que lhe confere extraordinária beleza. Mas, infelizmente,
os sinais da agressão à criação e da degradação da natureza também estão
presentes. Entre vocês, a Igreja tem sido uma voz profética no respeito e no
cuidado com o meio ambiente e com os pobres. Não apenas tem chamado a atenção
para os desafios e problemas ecológicos, como tem apontado suas causas e,
principalmente, tem apontado caminhos para a sua superação. Entre tantas
iniciativas e ações, me apraz recordar que já em 1979, a Campanha da
Fraternidade que teve por tema “Por um mundo mais humano” assumiu o lema:
“Preserve o que é de todos”. Assim, já naquele ano a CNBB apresentava à
sociedade brasileira sua preocupação com as questões ambientais e com o
comportamento humano com relação aos dons da criação.
[...] “não podemos deixar de considerar os efeitos da
degradação ambiental, do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do
descarte sobre a vida das pessoas” (LS, 43). Os biomas do Brasil através da promoção de relações respeitosas com
a vida e a cultura dos povos que neles vivem. Este é, precisamente, um dos
maiores desafios em todas as partes da terra, até porque as degradações do
ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais.
Os povos originários de cada bioma ou que tradicionalmente
neles vivem nos oferecem um exemplo claro de como a convivência com a criação
pode ser respeitosa, portadora de plenitude e misericordiosa. Por isso, é
necessário conhecer e aprender com esses povos e suas relações com a natureza.
Assim, será possível encontrar um modelo de sustentabilidade que possa ser uma
alternativa ao afã desenfreado pelo lucro que exaure os recursos naturais e
agride a dignidade dos pobres.
Trechos de uma mensagem enviada pelo Papa
Francisco por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2017. Disponível em http://br.radiovaticana.va
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