Neste mês de agosto,
período dedicado pela Santa Igreja Católica às vocações da Igreja, o Boletim
Anunciai dá início a uma série de textos de Formação Litúrgica para deixar seus
fieis leitores com um pouco mais de (in)formação sobre Liturgia.
Liturgia vem do grego,
gr. Liturgia ou ação pública, obra do povo. Nas tradições cristãs, a liturgia
significa que o povo de Deus participa na “ação de Deus”. O cerne das
celebrações litúrgicas é a Santa Eucaristia; a ela estão ordenadas as
restantes, como a celebração dos outros sacramentos, a Liturgia das Horas, as
devoções, as bênçãos e as procissões. (YouCat, p. 12)
1.
No tempo de Cristo - Jesus
veio de um povo que sabia rezar, herdeiro de uma Liturgia riquíssima com uma
vida de oração bem ordenada, seja pública ou privada. O culto público se
realizava no templo e na Sinagoga com características bem diferentes.
No templo se ofereciam
sacrifícios;
Na sinagoga se cultuava a
escuta da palavra.
A vida de oração privada
caracterizava-se pelas diversas bênçãos no interior da família e, sobretudo
pela oração individual, da qual o próprio Jesus nos deixou um rico exemplo,
seja diante do público (Mt 11, 25-28; Lc 10, 21-21 ; Jo
11, 41-41); ou diante dos Apóstolos e discípulos (Mt 6, 9-13; Lc
11, 2-4 ; Jo 17,126), ou seja, em particular (Mt 14, 23; 26,
39-42; 27, 46; Mc 1, 35; 14, 36; 15, 34; Lc 5, 16; 6, 16; 9, 28;
22, 39-42).
Em relação à Liturgia
sacrifical do Templo Jesus tinha muitas críticas, as quais confirmavam a
posição dos profetas anteriores ao exílio: Am 2, 7s; 4, 4s; 5, 4s; 5,
21s; Is 1, 11s; 29, 13; Os 2, 13-15; 4, 11-19; 6, 6; 8, 5s; 10,
8; 13, 2; Mq 6, 6-8; Jr 6, 20; 7, 26; também nos profetas
posteriores ao exílio: Is 58, 5-7; 66, 1-3; nos Sapienciais: Pv 15,
8; 21, 3.27; Eclo 4; nos Salmos: Sl 40, 7-8; 50, 8-15; 51, 18-19.
Por isso, Jesus propunha
uma exigência de conversão-purificação da Liturgia hebraica para que ela
pudesse se tornar um culto em Espírito e Verdade (Jo 4, 21-24),
culto trinitário realizado em Cristo no Espírito. Este novo culto não seria mais
determinado por um lugar (Santuário de Gazarim ou de Jerusalém), mas estaria
diretamente ligado ao Espírito de Deus que faria do homem um templo orante em
Cristo.
Quanto ao culto na
Sinagoga, Jesus tinha uma frequência remarcada, como podemos ver em Mt 4,
23; 13, 54; 22, 39-45; Mc 1, 38-39; 3, 1; 6, 2; Lc 4, 16-44; 6,
6; 13, 10; Jo 6,59; 18,20. Ele sempre usava as Sinagogas para pregar a
Palavra e fazer curas nos dias de sábado. Profetizando e deixando aqueles que
os ouviam sem palavras para questioná-lo e ensinava-os os seus Mandamentos.
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