sábado, 7 de novembro de 2015

Formação Litúrgica – parte 4 :A Paz Constantiniana (ano de 313)




A atmosfera geral de alegria e liberdade trazida pela “Paz Constantiniana” com o edito de Milão (313), significa um desenvolvimento extraordinário para a Liturgia, iniciando rumos que, talvez, a Igreja primitiva não conseguisse imaginar ou mesmo desejar, tais como:
O lugar de culto deixa as “casas da comunidade” para se fixar nas construções basilicares, tendo ainda destaque os batistérios, as memórias dos mártires, e os cemitérios.
Embora as basílicas estejam em contraste com os templos pagãos, caracterizados como espaços para os deuses, e não para o povo, não deixam de ser regidas por uma mentalidade triunfalista do cristianismo. O historiador Eusébio diz que Cristo, o qual reina e triunfa depois da morte, merece uma “domus regia”. Desta maneira os cristãos vão ajuntando ao mistério pascal, que era fonte absoluta da Liturgia Cristã, o triunfo do próprio cristianismo sobre os pagãos.
Uma marca profunda da nova situação foi as insígnias dos bispos e presbíteros, concedidas pelo império aos titulares da Igreja, tais como:
Importância da sede episcopal: com o nome de cátedra, sede de magistrado ou “trono” como símbolo da dignidade. São concedidas, juntamente o privilégio do pálio, as sandálias, a dalmática e as saudações como o beijo, reverência, inclinação, ou aclamações públicas em procissões
Vestes de triunfo, vestis regia, coroa de ouro com gemas, etc.
Títulos: majestade, Dominus noster, Pius, Felix, Augustus, etc.
Na Liturgia observam-se mudanças tais como:
O domingo é reconhecido pelo Estado;
A Páscoa passa a ser a grande festa anual para todos;
A quaresma é celebrada inicialmente em função dos catecúmenos;
Nos séculos III e IV criam-se as festas da Epifania e Natal;
Incremento do Ano Litúrgico;
Formação das famílias litúrgicas.

Momento significativo para a Igreja a fase Constantiniana deixou um legado para a liturgia sendo, ainda nos dias atuais, cultivado na formação litúrgica da Igreja Católica. É importante conhecermos a história da nossa Igreja para compreendermos melhor a Missa.


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