No
dia 13 deste mês celebramos a Festa do Batismo do Senhor, na qual fazemos
memória ao dia em que Jesus foi batizado no Jordão, revelando para nós, outro
aspecto de sua encarnação, de sua epifania: a manifestação pública de sua
adesão ao Pai e a missão que lhe foi confiada, como Filho amado e fiel. Nesta
festa, ainda, finda-se o Tempo do Natal e
inicia-se o Tempo Comum.
Mas
sempre vem à mente de alguns a pergunta: por que Jesus quis ser batizado?
Segundo
Santo Tomás de Aquino o efeito do batismo de consistia num incentivo ao
arrependimento dos pecados. Mas em Jesus não havia sequer sombra de pecado, nem
poderia haver, uma vez que Ele era o Homem-Deus. Não tinha, portanto, matéria
para arrependimento e penitência. O que explica, então, que Ele tenha querido
ser batizado?
Várias
são as razões dadas pelos Padres e Doutores da Igreja.
Eis
uma delas: quando o Verbo se fez Homem, Ele quis se sujeitar às leis que regem
a vida humana. Por isso quis receber o batismo penitencial de João. Perdido no
meio da multidão, Jesus – inocente – submeteu-se a um rito destinado ao
pecador, sujeitou-se à condição humana.
Santo
Agostinho diz que Nosso Senhor “quis fazer o que ordenou que todos fizessem”. E
Santo Ambrósio acrescenta: “A justiça exige que comecemos por fazer o que
queremos que os outros façam, e exortemos os outros a nos imitarem pelo nosso
exemplo”.
Outro
motivo que levou Jesus a procurar o batismo de João foi o da purificação das
águas. Citando Santo Ambrósio, diz Santo Tomás que “o senhor foi batizado não
por querer purificar-se, mas para purificar as águas”. Portanto segundo o
Doutor Angélico, Jesus “deixou as águas santificadas para os que, depois,
deveriam ser batizados”.
Mas
o motivo mais importante que fez com que Nosso Senhor sujeitasse-se ao ritual
do Jordão era estimular nos homens o desejo do Batismo sacramental. O batismo
de João levava ao arrependimento dos pecados, mas não tinha o poder de
perdoá-los. O Batismo sacramental, instituído por Jesus Cristo, tem efeitos
infinitamente maiores.
Adão
transmitiu a humanidade a culpa original. O Sacramento do Batismo limpa a alma
da mancha deste pecado, confere a graça santificante, eleva o homem, outrora
caído, à condição de filho de Deus e abre-lhes as portas do Céu. Ele é a chave
de todos os outros Sacramentos, indispensáveis para o homem cumprir com
fidelidade a Lei de Deus.
Seminarista
Raul Rodrigues da C. Neto
Diocese de
Guarabira-PB
Seminário Maria MaterEcclesiæ do Brasil
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